Após 'morar' no aeroporto, ex-menino de rua do DF, hoje advogado, é aprovado no STF e MP - 3ª Parte

Por: Isabella Formiga. CONTINUANDO. Nova casa - Deslumbrado com o aeroporto, Batista disse ter passado horas andando e explorando todos os cantos do terminal. "Fiquei só andando e olhando. Passei o resto do dia inteiro andando de um lado para o outro", diz. "Não sei explicar o que era tão fascinante. É coisa de criança. Era um lugar bonito, tinha aviões. Hoje em dia, todo mundo anda de avião. Naquela época, 1991, só andava quem tinha dinheiro, era caríssimo. Tudo era diferente, e para mim aquilo era legal." No fim do dia, não teve vontade de ir embora. "Quando foi chegando a noite, pensei: ‘acho que vou ficar por aqui. Não quero voltar para casa e preciso arrumar um jeito de dormir." Foi então que ele encontrou o bagageiro do aeroporto. "’É aqui’, pensei. Entrei, medi, vi que sobrava espaço. Voltei lá recentemente e fiquei rindo porque é exatamente igual. Os últimos da direita são maiores. Não precisava de chave, ficava aberto." Vídeo feito por dois ex-estudantes de jornalismo mostra Batista já adulto retornando ao local em que dormia e entrando no bagageiro. Nas primeiras noites, dormiu com os braços para dentro da blusa para se aquecer do frio. Depois, fez amizade com os funcionários do aeroporto e ganhou um cobertor, um travesseiro e uma toalha. Vez ou outra também ganhava almoço. Em pouco tempo, começou a improvisar ‘bicos’ para ganhar o próprio dinheiro empurrando carrinhos dos passageiros. Durante o período em que viveu no aeroporto, ele chegou a ser levado duas vezes para um abrigo de menores, mas sempre fugia. Em todo esse tempo, ele nunca telefonou ou manteve contato com a família. Em várias ocasiões, a mãe saiu à procura do filho pelas ruas levando apenas uma foto 3x4. "Sentia falta da família, mas não via ali os riscos que uma criança que vive na rodoviária veria", diz. "A condição de higiene era diferente que na rodoviária. Não tinha 'bicho' drogado. Era uma situação que imagino que seja muito melhor do que a gente vê as crianças moradores de rua passando hoje. Não me considerava nada, era apenas uma criança que estava ali. Hoje digo, fui morador de rua, fui menino de rua." Ó Wall!!! Continua....

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A nova casa de show de João Pessoa: Pricylla's Hall

ALCOOLEMIA - 3ª Parte

Reconvexo