'Não imaginava a sua ganância’ - 3ª Parte

Continuando com Correio 24 horas. Continuação da carta de Marcos na íntegra: Emilly... Você vinha de Eldorado do Sul, cidade próxima a Porto Alegre, onde eu aprendi a dirigir. Lembra? Sua mãe havia falecido há menos de um mês no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Durante minha formação médica, fiz estágio neste mesmo hospital e, por ter tido contato com muitos familiares de pacientes, sabia exatamente o trauma psicológico pelo qual vocês acabavam de passar. Suas histórias eram tristes e, ao mesmo tempo, engraçadas: Balneário Camboriú com 10 reais no bolso; os 20 reais que você achou no chão, juntou com mais 50 que você tinha e comprou um vestido que queria muito… Confesso que sentia uma peninha, mas ao mesmo tempo brotava algo que, na minha opinião, é o primeiro passo na construção de um relacionamento: a admiração. E não apenas pela sua beleza, mas pelo seu modo aventureiro de levar a vida. Conheço um cara assim… Não precisei de muitos dias na casa para entender a minha missão ali. Sensibilizei-me com a sua história e determinei-me a fazer o possível e o impossível para conduzi-la até a grande final. Eu só não contava com uma coisa: existia um espacinho em meu coração que era exatamente do seu tamanho! E assim a nossa história começou… No começo você não me dava bola, mas quando o Doc aqui quer, ele vai até o final. É possível “ficar” sem beijar? Sim! Lembra da primeira noite que viramos juntos? Você me contou de uma luz cor de rosa que saía de dentro de você no centro espírita. Ali comecei a acreditar na sua iluminação. Lembra do café da manhã naquele dia? O único ovo que tínhamos estava podre e você acabou fazendo arroz pra gente comer às 7h da manhã! Que amor… Na pobreza já dava para ver a sua parceria, faltava ver na riqueza ou na iminência dela. O Wall!!! Continua...

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